Biodiesel é a bola da vez

25/07/2010 20:20

Quando se pergunta qual a tendência em combustível, a resposta é rápida: biodiesel.

Quem fala, primeiramente, sobre o assunto é Domingos Carapinha, gerente de perfor­man­ces e emissões da MWM Interna­­tional (Fone: 11 3882.3200), fabricante de motores a diesel.

No Brasil, a porcentagem de adição de biodiesel ao óleo diesel comercializado vem crescendo. Em julho deste ano, o percentual mínimo obrigatório de 3% mudou para 4%. A partir de 2010, por determinação do PNPB – Programa Nacional de Produção e uso de Biodiesel, será obrigatório no Brasil o B5, que é a mistura de 5% do combustível vegetal com 95% de diesel.

Segundo o profissional, a tendência ao aumento do uso do biodiesel é justificável porque sua produção favorece a distribuição de renda, além de atender ao apelo ambiental em relação ao efeito estufa.

Quanto à polêmica de que estimular o uso de biocombus­tí­veis pode prejudicar a produção de alimentos, Carapinha declara que estudos já provaram que o Brasil tem área suficiente para todas as plantações. Mais um ponto positivo para o combustível vegetal.

O gerente de performances e emissões da MWM também diz que o governo tem investido no maior uso da mistura através de normas. A última resolução relativa à nova fase do Proconve – Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores foi aprovada no ano passado pelo Conama – Conselho Nacional do Meio Ambiente. Referente a veículos pesados a diesel, a P-7 estabelece limites mais restritivos para a emissão de poluentes. Ela contempla uma compensação, a ser imposta à indústria automobilística, que prevê a implemen­tação do óleo diesel S10 (cinco vezes menos poluente que o S50). A medida, que entra em vigor a partir de 1º de janeiro de 2012, também prevê a redução da quantidade de enxofre e o aumento da quantidade de cetano, menos poluente.

Para Carapinha, se de um lado os órgãos responsáveis estão investindo em leis para diminuir a emissão de gases poluentes, de outro, as fabricantes de motores fazem a sua parte na adaptação de seus produtos para atender aos clientes. O que traz expectativas de crescimento no segmento.

“A regulamentação auxilia na melhoria da qualidade do combus­tível e, com isso, os motores vão poluir menos. Também há a oportunidade da liberação da venda de carros movidos a diesel, que aguarda aprovação”. Com isso, a produção de motores tende a aumentar ainda mais.

Outra novidade que está esquentando este mercado é a descoberta da camada de pré-sal na Bacia de Santos, que promete maior disponibilidade de com­bus­tível. “Mas é preciso analisar se o petróleo localizado é pesado ou leve. Se for leve, é de melhor qualidade, exigindo menos no processo de refino”, explica o gerente de perfor­man­ces e emissões da MWM. “Com o excedente, o Brasil poderá se tornar um grande polo de exportação”, aponta.

 

Fonte: Revista Logweb Ed. 93 (LogWeb)

16 de Novembro de 2009

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